É engraçado como nos últimos anos viralizou a palavra UX.
O Panorama UX é uma das fontes que confirma essa fala.
Perceba como em 4 anos a quantidade de profissionais aumentou. (Lembrando que existe a parcela de pessoas que não respondeu e está aí no mercado.)
E mais engraçado é ver a mutação das profissões e as transições dos profissionais.
Eu inclusa.
Engenheira e Designer. Sim.
Antagônico? Não.
Complementares, eu diria.
Por 6 anos fui treinada para solucionar problemas e ponto. “Apenas” isso!
Da forma mais pragmática possível.
Após 6 anos de profissão, conheci o Design Thinking e descobri que a solução era a parte mais fácil do problema.
Descobri que preciso enxergar de vários pontos de vistas.
Descobri que dentro de um “problema” existe um prisma onde cada lado é uma possibilidade de caminho, de entendimento.
Entendi que é conversando com as pessoas envolvidas que conseguimos informações novas.
Que existe mais de uma solução.
Percebi que empatia é muito mais que a palavra da moda, é uma experiência e que JAMAIS será possível ter empatia total.
Descobri que é preciso mergulhar em um oceano de complexidades de negócio para desvendar o melhor caminho.
Percebi que a minha análise crítica e lógica era necessária para filtrar tantas informações subjetivas.
Percebi que precisava me especializar.
Entendi que o meu poder de prototipar era parte e precisava refinar.
Descobri um universo chamado facilitação e que pessoas são muito mais complexas do que imaginamos, mas ao mesmo tempo com mecanismos psicológicos simples.
Desenhar telas não vai salvar o mundo, sabe por que?
Porque é preciso muito mais que skills técnicos para entregar valor.
Valor é uma palavra capciosa, mas é o que faz conectarmos.
É o que faz despertar o sentimento.
Caso contrário, você vai apertar o botão do próximo e pular para a próxima aba.
UX ou User Experience é uma palavra cheia de responsabilidade na minha opinião.
(Honestamente, não sei quem foi que disse que UX é só aquele que desenha soluções digitais).
Experiência vai além de telas e é preciso entender todo o ecossistema para que eu possa desenhar essas tais telas.
Telas são partes, não todo.
E se eu não expandir o meu olhar para entender outros contextos, descobrir diferentes motivações, aprofundar meus conhecimentos, mergulhar na compreensão ao próximo e aos envolvidos…
Aí jovem…
Você não é designer.
Digo porque depois de alguns fracassos, negócio social falido e acelerações com feedbacks vazios, posso garantir que desenhar telas é tão simples quanto um curso online que você fará com dedicação e irá te ensinar a construir uma solução digital em 1 mês.
Em 2020, abra seu coração para o outro.
Coragem! Desenhar telas é a parte mais fácil. ;)
Design Chapter Lead no Grupo Fleury, especialista em Design de Serviços e professora na Terra e na Lemonade. Formada em Engenharia e Design, adora compartilhar conteúdo em suas redes sociais como forma de disseminar conhecimento prático para que sejam construídas experiências cada vez mais humanas e mais estruturadas.