Enquanto algumas empresas já têm mais de 100 designers na organização, outras ainda estão aprendendo a estruturar e a escalar times de Design. Fato é que não importa o tamanho da empresa, uma discussão recorrente é a maneira adequada de organizar o time.
Você já deve ter ouvido falar no "modelo Spotify" na criação de times de produto. Várias empresas adotaram este formato — inclusive, aqui na Conta Azul, nos baseamos nele (contei um pouco neste post).
Com este artigo, pretendo discutir um pouco sobre organização de times de Design e porque eu acredito que o "modelo padrão Spotify" não funciona.
Minha opinião é baseada no que tenho vivido e na maneira como estamos organizados na Conta Azul. Espero que este texto também ajude você a refletir sobre o que pode funcionar na sua empresa e no seu time de Design.
Vamos lá? :)
Você deve concordar, o modelo Spotify tornou-se comum. Várias empresas adotaram e são poucas as que têm organizado o time com outro formato. Mas, e qual o problema de pensar e organizar o time de maneira "padrão"? É fácil, conhecido, seguro.
Quando entrei na Conta Azul já havia uma organização em squads e, no início, realmente parecia fazer sentido.
Entretanto, após um tempo gerenciando o time, consigo entender melhor sobre este formato e ter mais clareza sobre alguns pontos que podem ser um problema.
Quando me deparei com esses problemas, comecei a pensar em outros formatos que atendessem alguns pontos, os quais eu acredito serem importantes para organização do time de Design — independente do tamanho da empresa:
Com base nesses aprendizados, consegui entender um caminho que pode funcionar para a Conta Azul e que atende as premissas listadas acima.
Compartilhei algumas hipóteses com o time e todos os caminhos tinham prós e contras. Por isso, decidi rodar um piloto com dois designers, com o objetivo de gerar aprendizados sobre a nova estrutura antes de replicar para outros times.
Até então rodamos com um Product Designer (PD) por squad, conectado a um Product Owner (PO) que está conectado ao time de desenvolvimento (DEV).
Minha intenção é tirar os designers de squads específicas e colocar eles olhando para a jornada do cliente. Dessa maneira, criamos um "pool de designers", que passa a atender a uma determinada etapa da jornada. Com isso, deixam de olhar para as features e passam a ter uma visão sistêmica do produto.
Iniciamos o teste piloto pela etapa de conversão. Colocamos dois designers trabalhando juntos para aprender sobre o modelo e entender o que funciona e o que não funciona. Esta etapa é extremamente importante para criarmos aprendizados antes de virarmos a chave com todas as squads.
O que temos visto até agora é que este modelo, além de facilitar a cocriação, ajuda no entendimento do negócio como um todo. Do mesmo modo, traz mais responsabilidades para os designers, já que eles passam a ter um controle maior sobre as demandas. Eles não podem ficar esperando alguém dizer o que precisam fazer, já que o objetivo final é o resultado esperado atrelado ao negócio e não a entrega de uma feature ou melhoria no produto.
Como ainda estamos testando o modelo, é difícil dizer se ele dará certo. A certeza que tenho é que o "modelo padrão" não funciona para nós. Isso já é meio caminho andado para entendermos outros modelos e fazermos testes até encontrarmos o que realmente funciona para a gente.
É clichê dizer isso, mas é importante entender que não existe uma resposta/modelo certo. É preciso compreender, antes de tudo, o contexto em que você está inserido e avaliar o que pode funcionar neste cenário.
Além disso, é importante você ter em mente a visão de Design da empresa em que você está, isso ajuda a firmar estruturas coerentes com esta visão.
E você, como está organizado na sua empresa? Se quiser falar mais sobre o assunto é só me enviar um e-mail: victor@contaazul.com
:)
Psicólogo, Zanini acredita que o trabalho, quando envolve pessoas, precisa ser interativo. Não pode ser passivo nem ativo, pois, com comunicação, espontaneidade e criatividade pode se fazer qualquer coisa. Designer há mais de 10 anos, dedicou os últimos cinco à gestão de pessoas. Antes disso, trabalhou em grandes escritórios de Design, atendendo clientes como Unilever, Havan e Hering. Desde 2016, está na Conta Azul atuando como Design Manager, função na qual lidera um time de 20 pessoas.