O mercado digital no Brasil encontra-se em ampla expansão, especialmente no que diz respeito a criação de novas posições de trabalho. Apesar da perceptível evolução nos últimos anos, ainda são observados muitos gaps na área, especialmente quando comparado à outros países.
No cenário atual, de acordo a nossas pesquisas com clientes e candidatos, a indicação de amigos, Linkedin, página das empresas e headhunters são os principais meios por onde os profissionais têm acesso à novas oportunidades de trabalho.
Algumas empresas estão trazendo mais informações valiosas á tona para ajudar profissionais e departamentos de pessoas, recentemente a Infogram publicou uma pesquisa salarial de UX & UI.
Em formato de storytelling, a Latin Female Designers (espanhol) trouxe uma bela coletânea de histórias de designers mulheres na América Latina.
Em uma perspectiva histórica recente, o crescimento do mercado digital no Brasil deu-se de forma acelerada, desordenada e não planejada, culminando em alguns problemas observados atualmente pelos profissionais da área. Um exemplo, o Brasil lidera a inovação em inteligência artificial na América Latina, diz VP do iFood porém a maioria das empresas ainda não tem uma boa idéia de como aproveitar as oportunidades que a IA pode trazer para seus negócios.
Por outro lado, algumas empresas, cada vez mais antenadas nas oportunidades de quantificar seus esforços em UX, estão cada vez mais sofisticadas quando se trata de mensuração de resultados.
Além da tradicional métrica de investimento (ROI), a PwC acredita (inglês) que é hora de apresentar outra métrica, uma com foco em experiência do cliente. Porque consumidores hoje são tão exigentes e poderosos, a perspectiva de que a maioria das organizações precisa investir muito mais em experiência (CX). O próximo passo seria portanto medir o "Retorno da experiência" (ROX) e desta forma, calcular melhor os ganhos relacionados a como as pessoas interagem com a marca ou produto. Seria esta uma forma de quantificar o valor do designer e portanto nos ajudar a avaliar nossa importância nas organizações?
Um relatório já bem divulgado que recomendamos como leitura imprescindível para quem deseja mensurar o valor do design em uma org é o divisor de águas The Business Value of Design (inglês) da consultoria Mckinsey, que trata a fundo do tema.
E por fim, impossível não mencionar o polêmico artigo do John Maeda que declara que o Designer afinal não é tão importante (inglês) muitos ficaram com o orgulho ferido, e talvez seja melhor tratarmos de entender o contexto antes de atacarmos o autor. A minha interpretação é de que talvez seja necessário tratarmos de entender melhor como o designer pode ser um evangelizador, “potenciador” e facilitador da mudança, e não se preocupar tanto em que o designer seja o responsável por liderar o processo de desenho da experiência.
Afinal, o futuro será próspero para os designers?
Eu diria que sim. Mesmo depois do designer gráfico ter sido substituído em muitas empresas pelo designer digital, ou pior, por alguma plataforma de templates como o www.Canva.com. Mesmo depois da decepção dos salários dos designers de social media (lembra quando era moda?), e do colapso do mercado publicitário.
Eu vejo que, sem falso otimismo, nos últimos 3 anos claramente houve uma explosão de oportunidades aparecendo para aqueles que tem uma mente criativa, habilidades humanas e técnicas de produção de artefatos físicos e digitais que são úteis, empáticos e encantadores. Pelo menos aqui na The Bridge todo dia recebemos pedidos de empresas buscando por talentos com similares skills: boa comunicadora, experiência em ambientes ágeis e versátil, são alguns exemplos recorrentes.
Agregue uma pitada de liderança e visão de negócios, quem sabe você poderá em breve realmente conseguir trazer os resultados para quem paga a conta? Depois disso, aí sim está na hora de pedir aquele aumento ou o tão desejado cargo de líder que você tanto sonhou.
Se você decidiu ser designer no Brasil, você já mostrou que pelo menos tem coragem!
Boa sorte!
Nascido no Reino Unido, criado no Rio de Janeiro. Um empresário com 18 anos de experiência digital e profundo conhecimento do meio on-line, combinado com ambição e um histórico nas indústrias criativas. Um ex-nômade digital que adora dançar salsa e cachorros Briard. Por mais de uma década em Londres, Bernardo trabalhou em algumas das maiores empresas de criação digital, como DDB London, SapientNitro e AgencyRepublic. Depois de 3 anos como diretor de operações de TV ao vivo na Bloomberg Television London, ele conseguiu seu primeiro emprego de agência de criação na DigitasLbi, onde ajudou a entregar um projeto de £ 2 milhões para a Shell.com. Desde então, Bernardo lançou produtos e campanhas globais para marcas como Coca-cola, Yahoo e Nissan. Como empresário, Bernardo lançou em 2007 uma agência de produção de mídia digital: Bravo Media, que promove campanhas importantes para vários musicais do West End de Londres, como Billy Elliot e Hairspray. Após um período de 6 meses na Austrália em 2016, Bernardo retornou à América Latina com uma nova idéia: uma Rede Global para Profissionais de Criação e Tecnologia: TheBridge.social. Desde então, a empresa recebeu investimentos da maior aceleradora da América Latina: a Startup Chile. Bernardo agora administra essa rede de talentos digitais, dedicada a Recrutamento e Outsourcing (terceirização) com sua equipe no Brasil e Chile, trabalhando para clientes de toda a América Latina e Europa. www.TheBridge.social